Sérgio Domingos VieiraI; Marielza dos SantosI; Thucydides RosalesI; Luiz Carlos Bento de SouzaI; Jarbas J DinkhuysenI; Paulo ChaccurI; Camilo Abdulmassih NetoI; Ricardo PavanelloI; Adib D JateneI
DOI: 10.1590/S0102-76381992000400009
RESUMO
Utilizando-se programa dirigido para diminuição ou eliminação do uso de sangue homólogo, em pacientes cirúrgicos graves, foi realizado um estudo comparativo entre 14 0 casos. Os pacientes foram divididos em 2 grupos de 70 casos cada, onde o Grupo A representava aqueles submetidos a cirurgia cardíaca com o uso de recuperadores celulares automatizados de sangue cell-saver, no Grupo B, os pacientes que não utilizaram cell-saver durante o ato cirúrgico (Grupo controle). A maioria era de reoperações: 71,1 % no Grupo A e 74,2 % no Grupo B, observando-se, ainda, semelhança entre os respectivos grupos em relação a: idade, distribuição por sexo, tipo de operação, condições clínicas e aspectos laboratoriais pré-operatórios (coagulograma; eritrograma; série bioquímica). No Grupo A a utilização média de sangue homólogo, durante o ato cirúrgico, foi de 628 ml, e 479 ml no pós-operatório imediato. Já no Grupo B o uso de sangue homólogo foi de 1.271 ml e 1.095 ml, respectivamente. A perda sangüínea média na sala cirúrgica do Grupo A foi de 380 ml, enquanto que a do Grupo B foi de 89 9 ml. O número de pacientes do Grupo A que não necessitou de sangue homólogo durante o período de internação foi o dobro (5,7%) em relação ao Grupo B (2,8%). A maioria dos pacientes do Grupo A (51,4%) utilizou no máximo 2 unidades de sangue homólogo, enquanto que a maioria dos paciientes do Grupo B (78,6%) utilizou entre 3 ou mais de 5 unidades de sangue homólogo. O estudo mostra, portanto, que a utilização da autotransfusão intra-operatória (ATI) através de processadores celulares automatizados (cell-saver) em cirurgia cardíaca é um procedimento seguro e eficaz, reduzindo em aproximadamente 50 % a utilização de sangue homólogo, com as possíveis reações transfusionais e, principalmente, o risco da transmissão de doenças infecto-contagiosas.ABSTRACT
An intraoperative autotransfusion was planned in order to decrease or to avoid transfusion of blood in severe surgical cases. It was done a comparative study in 14 0 heart surgeries; 70 cases (Group A) were submitted to heart surgery making use of Cell-Saver and 70 without the use of it. The majority of the cases have had a previous surgery; 77.1 % of the cases in Group A and 74.2 % in Group B. Besides this similarity other likeness included age, sex, kind of surgery, clinical conditions and laboratory data concerning coagulation, erythrocyte count and blood biochemistry. The averaged homologous blood volume intraoperative transfused was 628 ml in Group A and 1271 ml in Group B, but it was 479 ml in Group A and 1095 ml in Group B after surgery. The intraoperative blood lost was 38 0 ml in Group B. During the hospitalization time the percentage of cases that did not receive blood was 5.7 % in Group A and 2,8 % in Group B. The average amount of units transfused was 2 in Group A and 3 ro 5 or higher in Group B. The study pointed out that intraoperative autologous transfusion using Cell Saver is a safety and efficient procedure. The transfusion of homologous blood decreased in 50 % as well as the risk of infection disease to be transmited.REFERÊNCIAS
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