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ARTIGO ORIGINAL

Mediastinite no pós-operatório de cirurgia cardiovascular. Análise de 1038 cirurgias consecutivas

Michel Pompeu Barros de Oliveira SáI; Débora Oliveira SilvaII; Érika Nibbering de Souza LimaIII; Ricardo de Carvalho LimaIV; Frederico Pires Vasconcelos SilvaV; Fábio Gonçalves de RuedaVI; Rodrigo Renda de EscobarVII; Paulo Ernando Ferraz CavalcantiVIII

DOI: 10.1590/S0102-76382010000100008

INTRODUÇÃO

A mediastinite é uma infecção profunda da ferida operatória, com evidência clínica e/ou microbiológica do comprometimento do espaço retroesternal, podendo estar associada à osteomielite do esterno com ou sem sua instabilidade; sua incidência varia entre 0,2% e 5,0% e é uma das mais graves complicações de esternotomias medianas, estando associada a morbidade e mortalidade significativas [1].

Várias são as possibilidades de portas de entrada para agentes patogênicos nos pacientes submetidos à cirurgia de tórax e, principalmente, à cirurgia cardíaca, pelo comprometimento da irrigação do esterno, com a utilização das artérias torácicas internas na cirurgia de revascularização do miocárdio; pela utilização de próteses em contato com a corrente sanguínea; pela debilidade orgânica dos pacientes ou pela precária condição hemodinâmica no pós-operatório de alguns destes, prejudicando as suas defesas, como nos pacientes diabéticos, idosos e com disfunção importante do miocárdio [1].

Os sinais clássicos de infecção aguda podem não estar presentes na mediastinite. Em aproximadamente 20% dos casos, a dor local é confundida com dor pós-operatória e infecção concomitante. Febre e leucocitose podem ser os únicos sinais da infecção, porém, em uma minoria dos casos. A apresentação mais frequente é de deiscência da ferida operatória com exteriorização de secreção local (70% a 90% casos) e sinais locais de dor, inflamação e instabilidade do esterno [1]. As bactérias gram-positivas, particularmente o Staphylococus aureus ou o Staphylococus epidermides, são responsáveis por 70% a 80% dos casos de mediastinite [1].

O diagnóstico de mediastinite é caracterizado pela associação da instabilidade do esterno com a presença de coleção purulenta retroesternal [2]. O diagnóstico deve ser precoce em função da alta mortalidade apresentada, entre 20% e 40% [3], podendo chegar até 70% dos casos [4].

O tratamento da mediastinite pode variar desde a terapêutica com antibióticos, aplicação de sistemas de lavagem até a esternectomia com complexas técnicas de reconstrução plástica [5].

O Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco (PROCAPE), localizado no campus da Universidade de Pernambuco, é um hospital-escola referência em cardiologia e abrange atendimento à região metropolitana do Recife e municípios do interior do estado de Pernambuco. O hospital foi inaugurado em 2006 e os procedimentos cirúrgicos em cirurgia cardiovascular foram iniciados em maio de 2007. Desde então, até junho de 2009, foram operados 1038 pacientes. Esse hospital tem uma grande demanda de cirurgias cardíacas/mês e ainda não se conhece o perfil de incidência de complicações por mediastinite no período pós-operatório, nem os possíveis fatores e/ou agentes etiológicos envolvidos na esfera do hospital.

O objetivo deste estudo foi relatar a incidência de mediastinite no período pós-operatório de pacientes operados na Divisão de Cirurgia Cardiovascular do PROCAPE, estudar a prevalência de características clínicas, no período pré-operatório, possivelmente envolvidas no desenvolvimento de mediastinite; comparar a frequência de mediastinite entre os diversos tipos de cirurgia cardiovascular; observar as complicações associadas ao desenvolvimento de mediastinite; relacionar os agentes etiológicos envolvidos no aparecimento do quadro e estudar evolução e desfecho dos pacientes.


MÉTODOS

Foram estudados pacientes operados no Serviço de Cirurgia Cardiovascular do PROCAPE, no período de maio de 2007 a junho de 2009, por meio de estudo descritivo retrospectivo de corte transversal, e que desenvolveram mediastinite no período pós-operatório. A localização dos prontuários dos pacientes foi realizada pelo registro nos livros de descrição cirúrgica do serviço, sendo a coleta de dados feita a partir destes e do banco de prontuários do hospital.

Foram revistos os casos com diagnóstico de mediastinite: pacientes que apresentavam febre, dores e exsudatos localizados na ferida operatória, mobilidade esternal, saída de substância purulenta pela ferida operatória, leucocitose e instabilidade clínica.

Foram avaliadas as seguintes variáveis: características clínicas pré-operatórias (hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, tabagismo, obesidade, doença pulmonar obstrutiva crônica, insuficiência renal crônica), tipo de cirurgia (se revascularização miocárdica, especificando uso de mamária ou não, unilateral ou bilateral), utilização de circulação extracorpórea (caso sim, contabilizando o tempo de CEC em minutos), incidência de mediastinite, tempo de aparecimento do quadro clínico, tempo de permanência hospitalar, complicações e estados associados ao aparecimento de mediastinite, agentes etiológicos envolvidos por meio de cultura de material coletado durante as reoperações para resolução do quadro e taxa de letalidade.

Após coleta dos dados, as variáveis estudadas foram armazenadas em programa de computador EPIINFO versão 6.04, a partir do qual foram realizados cálculos estatísticos (teste qui-quadrado de Pearson) com análise e interpretação, sendo consideradas estatisticamente significativas quando valor de P menor que 0,05.

Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Complexo Hospitalar do Hospital Universitário Osvaldo Cruz/Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco (CEP/HUOC/PROCAPE), parecer nº 093/2009.


RESULTADOS

Ocorreram 25 (2,4%) casos de mediastinite após cirurgia cardíaca com esternotomia no período estudado. A maioria dos pacientes era do sexo masculino (68%). A idade média foi de 57,8 ± 19,3 anos. Houve certa predominância de fatores de comorbidade: 80% (n=20) hipertensos, 56% (n=14) diabéticos, 56% (n=14) tabagistas, 20% (n=5) obesos, 16% (n=4) portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e 8% (n=2) com insuficiência renal crônica.

O perfil de cirurgias no serviço e a distribuição dos casos de mediastinite por tipo de cirurgia encontram-se nas Figuras 1 e 2, respectivamente. A cirurgia de revascularização do miocárdio esteve relacionada com a ocorrência de 84% (n=21) dos casos de mediastinite, enquanto que o restante ocorreu após cirurgia de troca valvar mitral (dois casos), e correção de cardiopatia congênita (dois casos; um com tetralogia de Fallot e uma correção de comunicação interatrial associada à comunicação interventricular).


Fig. 1 - Perfil de cirurgias no serviço entre maio/2007 a junho/2009


Fig. 2 - Distribuição dos casos de mediastinite por tipo de cirurgia



Vale salientar que, em 85,7% (n=18) das cirurgias de revascularização miocárdica que evoluíram com mediastinite, houve utilização da artéria mamária esquerda e ambas as cirurgias de troca valvar mitral eram em caráter de reoperação. Na análise dos casos de mediastinite por tipo de cirurgia, observou-se diferença estatisticamente significativa (P=0,0001) entre os grupos, demonstrando a cirurgia de revascularização miocárdica como procedimento associado a maior risco de desenvolvimento de mediastinite (Tabela 1).




A queixa inicial mais frequente (92%, n=23) foi dor retroesternal. O tempo de aparecimento da mediastinite variou entre 5 e 35 dias, com média de 13,1 ± 7,2 dias. Três pacientes apresentaram quadro de mediastinite tardiamente (após 30 dias). O tempo médio de internação hospitalar foi de 56,4 ± 24,5 dias.

As principais complicações e estados associados observados nos casos de mediastinite estão elencados na Tabela 2.




A cultura de material coletado nas reoperações para abordagem da mediastinite foi positiva em 21 (84%) pacientes, sendo o Staphylococcus aureus o patógeno mais observado (28%), seguido pelo Acinetobacter spp. (20%) (Tabela 3).




A maioria destes pacientes (72%, n=18) foi submetida à cirurgia cardíaca com circulação extracorpórea (CEC), com tempo médio de 79,3 ± 15,2 minutos. Destas, 10 (40%) cirurgias tiveram tempo de CEC superior a 90 minutos.

A taxa de letalidade de mediastinite foi de 32% (n=8) (Figura 3). Dentre os pacientes que foram a óbito, quatro apresentaram falência de múltiplos órgãos e um, insuficiência renal aguda.


Fig. 3 - Taxa de letalidade entre os casos de mediastinite



DISCUSSÃO

Este estudo demonstrou incidência de mediastinite de 2,4% (n=25) no pós-operatório de cirurgia cardiovascular, encontrando-se dentro do espectro referido pela literatura, que varia de 0,2 a 5,0% [6].

Os fatores de risco descritos na literatura [4,7] foram observados em 23 (92%) pacientes, entre os quais os mais freqüentes foram o diabetes e o tabagismo. Este último já foi demonstrado como fator de risco para desfecho adverso em estudos prévios, embora não de maneira independente [8]. Tabagistas (principalmente aqueles com doença pulmonar obstrutiva crônica) seriam mais suscetíveis à infecção de ferida operatória em decorrência da menor capacidade pulmonar de manter níveis ótimos de oxemia tecidual [8].

A maior prevalência do sexo feminino como fator de risco para o desenvolvimento de mediastinite [9] não foi observada neste estudo, destacando-se o fato de que a maioria dos pacientes submetidos à cirurgia de revascularização miocárdica, no PROCAPE, são do sexo masculino (60,1%), motivo pelo qual estamos trabalhando com uma população viciada.

A correlação entre operações de revascularização do miocárdio quando do uso das duas artérias mamárias internas e o desenvolvimento de mediastinite está bem documentada na literatura, onde se aponta mais de 80% de casos da infecção como complicação associada à cirurgia [1,10]. Nesse estudo, a cirurgia de revascularização miocárdica esteve relacionada com a ocorrência de 84% (n=21) dos casos de mediastinite, tendo sido demonstrado nesta casuística que este procedimento estava associado a maior risco de desenvolvimento da infecção em comparação a outros procedimentos (diferença estatisticamente significativa). Entretanto, devem-se destacar dois aspectos: 1) em nenhum paciente foi empregado ambas artérias mamárias; 2) 14,3% (n=3) dos pacientes submetidos a este tipo de cirurgia não receberam quaisquer artérias mamárias. Isto nos leva a pensar que não só o uso bilateral das mamárias, mas também o uso unilateral desta é capaz de elevar o risco de mediastinite. Entretanto, este estudo não tem capacidade para fazer esta afirmação de forma categórica, levando em consideração que não foi realizada comparação entre grupos (mamária unilateral versus nenhuma das mamárias) para estimar se o risco de desenvolvimento de mediastinite é maior no grupo com uso da mamária.

Nesta casuística, o tempo médio de aparecimento de mediastinite (13,1 dias) coincidiu com o relatado na literatura, ocorrendo normalmente nos 15 primeiros dias de pós-operatório [11]. Destaca-se o fato que quase metade dos pacientes terem apresentado deiscência e/ou instabilidade de esterno. Levando-se em consideração a grande variabilidade do tempo de aparecimento dos sintomas (5 a 35 dias), deve-se pensar que alguns pacientes já estavam em domicílio. Devemos considerar a possibilidade de outros terem desenvolvido esta complicação após a alta e não terem sido encaminhados ao serviço de origem.

A mediastinite continua sendo uma das principais complicações da cirurgia cardiovascular e é associada a alta morbidade e custo [12]. O impacto econômico desta entidade tem sido avaliado em vários estudos, a maioria conduzida nos Estados Unidos [12]. Diez et al. [13] encontraram tempo médio de permanência hospitalar de 45 dias, demonstrando o grau de morbidade que a doença impõe ao doente. Nossos dados também demonstraram tempo médio de permanência hospitalar bastante prolongado (56,4 dias).

Neste estudo, a maioria dos pacientes (72%, n=18) foi operada em circulação extracorpórea, sendo que, destes, 40% (n=10) tiveram o tempo de CEC superior a 90 minutos. O tempo de bypass cardiopulmonar é uma variável relacionada à duração do procedimento cirúrgico, tendo se mostrado como possível preditor de risco em alguns estudos [14]. Entretanto, o presente trabalho não estabelece essa observação como sendo, de fato, verdadeira, tendo em vista que não houve análise de tempo de CEC em grupo-controle (não portadores de mediastinite) para fazer tal comparação.

Vários trabalhos [15-17] apontam o Staphylococus aureus como o principal germe responsável pelo desenvolvimento de mediastinite e em nossa casuística não foi diferente. Curioso observar que todas as culturas positivas foram monobacterianas, levando em consideração que é esperado cerca de 40% de infecções mistas [1,5]. Outro aspecto importante foi a presença de Acinetobacter spp em 20% (n=5) dos casos. Diez et al. [13] e Souza et al. [17], analisando os agentes etiológicos envolvidos no aparecimento de mediastinite no pós-operatório de cirurgia cardiovascular por meio de culturas da ferida operatória, não obtiveram qualquer incidência deste agente entre seus casos. Em contrapartida, encontraram agentes não observados entre nossos casos, como Escherichia coli e Pseudomonas aeruginosa. As culturas que apresentaram resultado negativo se deveram, provavelmente, à instituição de antibioticoterapia precoce quando das manifestações clínicas, precedendo à coleta de material para cultura.

Em nosso serviço, a mediastinite apresentou taxa de letalidade de 32% (n=8), dentro do espectro evidenciado pela literatura, que varia de 14 a 47%. Entretanto, não deve este dado fazer-nos objetivar que esta taxa seja aceitável apenas pelo fato de se equiparar a de outros serviços. Devemos assinalar aqui que metade dos pacientes que foram a óbito evoluiu com falência de múltiplos órgãos.


CONCLUSÃO

Encontrou-se incidência de mediastinite compatível com o relatado na literatura. A cirurgia de revascularização miocárdica está associada a maior risco de desenvolvimento da infecção em comparação a outros procedimentos. Mesmo quando não usada a artéria mamária, foi o procedimento mais relacionado ao desenvolvimento de mediastinite no pós-operatório de cirurgia cardiovascular na esfera do hospital onde o estudo foi realizado. O Staphylococcus aureaus permanece como principal agente etiológico. A letalidade da mediastinite também esteve dentro do esperado, entretanto, ainda assim, uma taxa alta.


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Article receive on quinta-feira, 5 de novembro de 2009

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