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RESUMOS DOS PÔSTERES ACADÊMICOS

Resumos dos Pôsteres Acadêmicos

POSTER BREAK – 12 DE ABRIL DE 2012 – QUINTA-FEIRA

P 01

Bradicardia e assistolia por disfunção autonômica em pacientes com lesão raquimedular

Ricardo Moreno; Leandro Machado Neves; Wladmir Faustino Saporito; Andrea Cristina de Oliveira Freitas; Louise Horiuti; Artur Medeiros Alvares da Silva; Fábio Alexandre Morais; Erika Takako Muramoto Shiroma; Adilson Casemiro Pires

INTRODUÇÃO: Bradicardia e assistolia são complicações raras da lesão raquimedular (LRM), geralmente por lesão da coluna cervical com dano da medula. A forma mais comum de origem da LRM é o trauma; lesões secundárias com compressão local, como abscesso e tumor, representam causas mais incomuns. A LRM pode desencadear uma disfunção autonômica com dissociação do parassimpático sobre o simpático. A atividade simpática diminuída, enquanto o controle parassimpático permanece intacto através do nervo vago, pode gerar bradicardia sintomática e eventualmente parada cardíaca.
OBJETIVO: Relatar casos de bradicardia e assistolia por disfunção autonômica em pacientes com lesão raquimedular.
MÉTODOS: No período de janeiro de 2009 a março de 2011, no Hospital Estadual Mario Covas, houve três casos de LRM com bradicardia sintomática. Apresentavam idade 27,33 ± 17,24 anos. R.A.M.S., 24 anos, vítima de atropelamento com luxação de C6-C7. Evoluiu com tetraparesia e bradicardia sinusal, com dois episódios de assistolia. M.C.M., 46 anos, meningite bacteriana com abscesso cerebral e compressão medular ao nível de C3. Apresentou bradicardia sinusal e três momentos de assistolia. R.S.N., 12 anos, vítima de ferimento por arma de fogo com fratura de C4. Evoluiu com tetraparesia e um episódio de assistolia.
RESULTADOS: Todos foram submetidos a implante de marcapasso definitivo e permaneceram isentos de novas complicações cardiovasculares. Não houve óbito.
CONCLUSÃO: A possível ocorrência de complicações cardiovasculares secundárias à disautonomia na lesão medular, como a bradicardia e a assistolia, deve sempre ser considerada na fase aguda. O implante do marcapasso definitivo se mostra como maneira segura e eficaz no tratamento destas complicações.

 


 

P 02

Uso pré-operatório de balão intra-aórtico em pacientes portadores de disfunção ventricular esquerda grave

Ricardo Moreno; Leandro Neves Machado; Wladmir Faustino Saporito; Andrea Cristina de Oliveira Freitas; Louise Horiuti; Bruno Knobel Ulrych; Erika Takako Muramoto Shiroma; Fábio Alexandre Morais; Adilson Casemiro Pires

INTRODUÇÃO: O balão intra-aórtico (BIA) é o dispositivo de assistência mecânica ventricular mais utilizado no nosso meio. Nos últimos anos, o uso já no pré-operatório em pacientes com disfunção ventricular grave apresenta-se como estratégia de grande benefício para a recuperação pós-operatória.
OBJETIVO: Avaliar o benefício do uso do BIA pré-operatório em pacientes com disfunção ventricular grave.
MÉTODOS: No período de janeiro a outubro de 2011, 05 pacientes foram submetidos à revascularização do miocárdio com circulação extracorpórea e BIA pré-operatório no Hospital de Ensino da Faculdade de Medicina do ABC. O critério de inclusão foi fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) inferior ou igual a 40%. A FEVE pré-operatória era de 30,25±8,53% e o diâmetro diastólico do ventrículo esquerdo (DDVE) 67,75±16,37 milímetros. O BIA foi instalado 15 horas antes da operação.
RESULTADOS: O tempo total de uso do BIA foi 3,4±1,58 dias e, de drogas vasoativas, 5±2,12 dias. Permaneceram internados por 14±5,52 dias. O tempo de perfusão 87±10,95minutos e, de anóxia, 56,4±10,06 minutos. Um paciente (20%) apresentou broncopneumonia e outro (20%), flutter atrial. Houve redução do DDVE para 63±16,26 (P 0,068) e melhora da FEVE para 36,50 16,86 (P 0,144), porém sem relevância estatística. Os dados foram submetidos a tratamento estatístico segundo o teste de Wilcoxon. Não houve óbito.
CONCLUSÃO: A experiência inicial dos autores com o BIA pré-operatório em pacientes com disfunção ventricular esquerda grave sugere grande benefício na recuperação pós-operatória, FEVE e DDVE.

 


 

P 03

Correção cirúrgica da coarctação da aorta em adultos sob assistência circulatória extracorpórea esquerda

Diego do Nascimento Silva; Eduardo Carvalho Ferreira; João Lívio Linhares Teixeira; Marco Aurélio Salles Assef; Rachel Vilela de Abreu Haickel Nina; Marko Antônio de Freitas Santos; Vinicius José da Silva Nina

INTRODUÇÃO: A coarctação da aorta (CaAo) em adultos apresenta peculiaridades devido às comorbidades associadas e ao risco de paraplegia com o tratamento cirúrgico, principalmente quando a circulação colateral é pobre.
OBJETIVO: Demonstrar os resultados com a correção da CaAo em adultos utilizando assistência circulatória esquerda (ACE).
MÉTODOS: No período de novembro de 2007 a outubro de 2009, foram operados oito pacientes, idade média=31,5±13,1 anos utilizando-se ACE. Seis apresentavam diagnóstico ecocardiográfico e angiográfico de CoAo, (gradiente médio = 71,5±20,7mmHg) e dois tinham interrupção total da aorta descendente à nível da área coarctada. A pressão arterial sistólica média (PAS) foi de 160 ±25,6mmHg e a pressão arterial diastólica média (PAD) = 95 ± 9,2mmHg. Os gradientes sistólicos através da coarctação antes e depois da correção foram comparados utilizando teste "t" student pareado. Adotou-se como significativo P-valor < 0,05.
RESULTADOS: Não houve óbitos e/ou complicações neurológicas. Os tempos médios de cirurgia, de ACE e de pinçamento aórtico foram 308±39,7, 73±15,5 e 65±14,1 minutos, respectivamente. O tempo de permanência na UTI variou entre 2 e 3 dias e o de permanência hospitalar médio foi de 9 ±7,0 dias. No seguimento ambulatorial até o 2º mês de PO observou-se uma redução significativa da PAS média (120 ±15,1 mmHg) e da PAD média (75±11,9mmHg), P=0,003 e do gradiente médio aorta-enxerto (20,3 ±9,3mmHg), P<0,001.
CONCLUSÃO: A correção cirúrgica de CoAo nos adultos com uso de ACE demonstrou ser uma opção segura na prevenção de isquemias medulares. Torna-se necessário estudo multicêntrico para avaliar as reais vantagens da assistência circulatória na prevenção de paraplegia na CoAo do adulto.

 


 

P 04

Revascularização cirúrgica do miocárdio: demonstração em cadáver

Thiago Sant'Anna Coutinho; Thaís Ribeiro Gomes Brandão; Vanessa Rodrigues Pereira Pita; Thaís Andreotti; Marcelo Tasinaffo; Renato Souza e Silva; Telma Lima Martins; Mey Lie Tan Maia de Holanda Cavalcante

INTRODUÇÃO: A Doença Arterial Coronariana é reconhecida pela Organização Mundial de Saúde como a principal causa de mortalidade no mundo. Seu tratamento pode ser clínico, por angioplastia transluminal coronariana percutânea ou por revascularização cirúrgica do miocárdio.
OBJETIVO: Reproduzir em cadáver a técnica cirúrgica de RM e os tipos de enxertos autógenos, demonstrando-se as relações anatômicas.
MÉTODOS: Um cadáver adulto, do sexo masculino, fixado em formaldeído a 10%, foi dissecado, por planos, na região do mediastino, das artérias radial e torácica interna, e da veia safena magna, usadas como enxertos.
RESULTADOS: Comprovou-se a viabilidade da técnica cirúrgica e a facilidade de extração dos enxertos. A Artéria torácica interna origina-se na base do pescoço, a partir da A. subclávia. Desce por trás das cartilagens costais a cerca de 1,25 cm da margem do osso esterno. A A. radial, na bifurcação da artéria braquial, segue ao longo da borda lateral do antebraço até à articulação do punho. A Veia safena magna, na tela subcutânea, é formada pela V. dorsal do hálux com o arco dorsal do pé, ascende medialmente à raiz da coxa. A A. coronária direita segue pelo sulco coronário e emite os ramos do nó sinoatrial, marginal direito, agudo marginal, do cone arterioso e interventricular posterior. AA. coronária esquerda segue pela aurícula esquerda e origina os ramos interventricular anterior, podendo este originar o ramo lateral; e circunflexo, que emite a A. marginal esquerda.
CONCLUSÃO: O conhecimento anatômico topográfico e descritivo do mediastino médio e regiões doadoras de enxerto é fundamental para esta técnica cirúrgica.

 


 

P 05

Correção cirúrgica do aneurisma roto do seio de Valsalva: relato de caso

Diego do Nascimento Silva; Vinicius José da Silva Nina; Wildel Campos Ferreira; Rachel Vilela de Abreu Haickel Nina; Shirlyne Fabianni Dias Gaspar; Nathalia Almeida Cardoso da Silva; Vanessa Carvalho de Oliveira; Rayssa Fiterman Rodrigues; Carlos Antonio Coimbra Sousa; João Lívio Linhares Teixeira; André Luiz de Araujo Mendes; Hugo César Martins Lima; José Alvaro Amaral Júnior

INTRODUÇÃO: O aneurisma do seio de Valsalva (ASV) é condição rara entre ocidentais. Geralmente apresenta etiologia congênita, afetando o seio coronariano direito. A suspeição clínica é difícil, tanto pela raridade da doença quanto pela sintomatologia variável.
OBJETIVO: Relatar um caso raro de ASV em pós-operatório tardio de troca valvular mitral por valvopatia reumática.
MÉTODOS: Estudo retrospectivo, realizado por meio de consulta ao prontuário do paciente.
RESULTADOS: Indivíduo masculino, 31 anos, com passado de troca de válvula mitral por etiologia reumática. Iniciou quadro de parestesia e dor em membro superior esquerdo. Ecocardiograma transesofágico evidenciou aumento importante do ventrículo esquerdo (VE), disfunção sistólica leve e imagem sugestiva de ASV não coronariano entre a raiz da aorta e o átrio esquerdo, apresentando ruptura para VE. Os exames laboratoriais estavam normais. O eletrocardiograma mostrou hipertrofia de VE, supra de ST em VI e VII, onda T negativa em DI, DII em derivações precordiais. Foi encaminhado para cirurgia, sendo realizada por toracotomia mediana, com circulação extracorpórea. A aortotomia mostrou aneurisma roto de seio não coronariano comunicando com VE, valva aórtica competente com folhetos levemente espessados. O procedimento consistiu na correção total do defeito, com colocação de enxerto de pericárdio bovino. A operação foi concluída de maneira usual, estando o paciente em classe funcional I (NYHA) do seguimento tardio de 180 dias.
CONCLUSÃO: Este relato de caso descreve uma patologia rara, com apresentação não usual, cuja correção cirúrgica garantiu bom resultado anatômico e funcional.

 


 

P 06

Correção cirúrgica de mixoma gigante em átrio direito: relato de caso

Diego do Nascimento Silva; Vinicius José da Silva Nina; Wildel Campos Ferreira; Rachel Vilela de Abreu Haickel Nina; Vanessa Carvalho de Oliveira; Rayssa Fiterman Rodrigues; Carlos Antonio Coimbra Sousa; João Lívio Linhares Teixeira; André Luiz de Araujo Mendes; Hugo César Martins Lima; José Alvaro Amaral Júnior

INTRODUÇÃO: O mixoma cardíaco é a neoplasia benigna mais comum do coração, respondendo por cerca de 50% dos casos. A localização em átrio direito (AD) é rara correspondendo apenas a 5% dos casos de massa em átrio direito
OBJETIVO: Relatar um caso de mixoma de átrio direito.
MÉTODOS: Estudo retrospectivo, realizado por meio de consulta ao prontuário do paciente.
RESULTADOS: Paciente de 45 anos, sexo feminino, com história de palpitação, dispneia aos grandes esforços e discreta perda ponderal. A avaliação cardiológica evidenciou desdobramento de B1. O ecocardiograma mostrou grande massa em átrio direito (AD), sugerindo mixoma; a tomografia computadorizada (TC) apresentou mesma hipótese diagnóstica. A paciente foi submetida a tratamento cirúrgico. Na macroscopia, o tumor mostrava-se com superfície lobulada, irregular, com áreas algo polipoide, medindo 10 x 6 x 8 cm, pesando cerca de 100 gramas, de consistência elástica, com zonas amolecidas e friáveis, coloração branco acinzentada Apresentou taquicardia supraventricular ao término do procedimento e na Unidade de Terapia Intensiva, evoluindo favoravelmente após uso de amiodarona. O estudo anatomopatológico confirmou o diagnóstico. No seguimento tardio de 180 dias a paciente encontra-se sem sinais de recidiva ao ecocardiograma e em classe funcional I (NYHA)
CONCLUSÃO: Enfatiza-se neste relato a raridade das dimensões e da localização em AD, além da dificuldade diagnóstica baseada apenas nos sinais e sintomas. Portanto, os mixomas cardíacos devem ser sempre considerados quando o paciente apresenta sinais e sintomas de insuficiência cardíaca com etiologia incerta. Além disso, o ecocardiograma transtorácico continua sendo uma ferramenta de importância primordial para o diagnóstico não invasivo desta condição rara.

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